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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Algumas questões norteadoras sobre a Educação Física"




UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA



Disciplina: Práticas Curriculares II
Professor Formador: Dr. Agripino Alves Luz Junior
Tutor Presencial: Márcia Kelly




Algumas questões norteadoras sobre a Educação Física










Acadêmico: Glauco Rogério Gonçalves Dias



Julho de 2.011


     Para se comentar sobre as práticas pedagógicas da Educação Física, há que se ressaltar a importância de seus aspectos teóricos e metodológicos para as Secretarias de Educação a níveis municipais e estaduais, que orientam seus professores da área, para que estes hajam de forma que a Educação Física seja Contextualizada como componente curricular nas escolas. Para o coletivo de professores, a Educação Física é entendida como uma área do conhecimento humano, que na escola enquanto componente curricular vem sendo historicamente sistematizada e materializada conforme os paradigmas dominantes de cada época. Seu desenvolvimento no Brasil teve momentos predominantemente de caráter militarista, higienista, pedagogicista, esportivista, popular (Guiraldelli Junior, 1988).
     A influência do esporte no ensino escolar e de tal magnitude que temos não o esporte da escola, mas sim o esporte na escola. Isso indica a subordinação da educação física aos códigos/sentidos da instituição esportiva.
     Michel Bouet (1968) propõe-se a encontrar a significação do esporte, vendo-o como fato social total que tem tudo o que compõe uma instituição: elementos materiais e produtos culturais; grupos específicos; agentes de autoridade e hierarquias; símbolos coletivos; comportamentos determinados e um conjunto de representações e idéias.
     Desta forma o esporte torna-se uma prática social que institucionaliza tema lúdico da cultura corporal, atingindo dimensões complexas, por isso, devemos analisá-lo nos seus diferentes aspectos. Para abordamos pedagogicamente no sentido de esporte “da” escola e não como esporte “na” escola.
Vago sugere a problematização do esporte como fenômeno sócio cultural, que a partir do confronto dos valores e códigos já que esses valores é que privilegiam a participação. Desta forma, o autor acredita que a escola produz uma outra forma de apropriação do esporte e um outro conhecimento a cerca do esporte, “Não sendo mesmo possível a escola isolar-se da sociedade, já que a escola é , ela mesma, uma instituição da sociedade, uma de suas tarefas, então é debater o esporte, de criticá-lo, de produzi-lo... e de praticá-lo” (OLIVEIRA, 1999, p. 13).
A educação física é determinada pelos valores hegemônicos, mas também é determinante, e nesta questão entra a construção de um esporte diferenciado, um esporte que oportunize práticas prazerosas, que seja questionado, modificado a partir do contexto em que é praticado.
Para Oliveira (1999) a necessidade de entender o esporte como instituição social, reprodutora de valores, e sua condição de produção humana, de transformação, ação que ultrapassa o discurso de mudanças.
Tratar pedagogicamente o esporte em uma perspectiva critica implica em conhecer a escola, seus conflitos e suas contradições.
Após algumas pesquisas, verifica-se o entendimento de que a Educação Física é um campo de conhecimento específico da Cultura Corporal, organizado socialmente e tematizado nas suas formas naturais, artificiais e adaptadas, através de atividades como: o jogo, a dança, o esporte, a luta e a ginástica, tendo relevância na sociedade, por ser componente do processo educacional do lazer, da saúde, da comunicação e do mundo do trabalho, manifestando em sua práxis, as dimensões técnica, científica, política e cultural.
O Coletivo de Autores (1992) toma a cultura corporal como objeto de estudo da Educação Física, advindo do paradigma da teoria crítico-superadora, sistematizada a partir de concepções críticas da educação. Esta concepção se apropria, problematiza e pedagogiza temas específicos da cultura corporal, como o jogo, a ginástica, a dança, a luta e o esporte, desenvolvidos em quaisquer dos campos de trabalho da Educação Física.
Assim, a Educação Física, acaba sendo uma prática pedagógica surgida de necessidades sociais, se estabelece como uma prática social. Veiga (1992, p. 16) assim associa esta relação: a prática pedagógica como uma prática social orientada por objetivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contexto da prática social. A prática pedagógica é uma dimensão da prática social que pressupõe a relação teoria–prática, e é essencialmente nosso dever, como educadores, a busca de condições necessárias à sua realização.
Vale ressaltar, que o profissional da Educação Física deve ter comprometimento com sua prática docente, vimos atuação de profissionais com uma prática pedagógica ultrapassada e determinada pelas sociedades civil e política, o que nos leva a presumir que estejam mergulhados em formulações prontas e acabadas. Estas formulações mantêm a escola e seus atores debaixo da vertente intelectual do poder e da cultura dominantes. Se a escola é o local onde se disseminam estes valores, o instrumento utilizado no seu interior para tal disseminação é o currículo. É necessário ter em mente que através do corpo da criança a mesma desenvolve sua educação, nele estão armazenadas suas características de vida, sendo o seu próprio corpo, a prova mais concreta e capaz de formar sua Educação corporal, a que clama por ser concreta, atendendo as necessidades de sua realidade e vice-versa. Essa questão por sua vez deve fomentar o trabalho educativo do professor de Educação Física Escolar, caso contrário uma prática autoritária de comando, onde o movimento corporal não contenha significado, de nada estará servindo para o processo educacional.
Devemos então, abrir espaço para a inserção dos diversos conteúdos que fazem parte desta repaginação da cultura corporal (conceitual, atitudinal, etc.), como forma de modificar o quadro da atual prática pedagógica da Educação Física, com ênfase a uma ação emancipatória. Nessa perspectiva predominam a reflexão e a critica, como forma de levar o aluno a ter consciência de sua responsabilidade pessoal que tem pelo próprio comportamento e pela participação no processo educacional.(Freire apud Ferreira, 1984 p.63)