Glauco Rogério Gonçalves Dias
Macapá-AP, 19 de março de 2012
É nessa perspectiva acima que, a infância se torna esmagada, devido ao fato de que esta criança cheia de atribuições, não possui tempo suficiente para o ócio, onde se perdem as lembranças, porque não há tempo para brincar, criar, recriar a sua maneira de construir seu próprio pensamento, isto é, são pequenos seres que vão produzindo em função de outros e não na construção de si mesmos. Desta maneira, acabam sendo violadas, impedidas de construírem seu processo de emancipação humana e de luta pelo seu espaço geográfico. O mistério de pensar a criança e a infância: um olhar crítico nos Textos didáticos
Considero o texto acima de acordo com a realidade de meninos e meninas de minha comunidade, onde pais e mães comprometidos com o futuro de seus filhos projetam metas para seu “futuro”. A rotina do dia-a-dia deixa pouco espaço para a perpetuação ou a criação de um mundo infantil onde: o lúdico é como o tempo, que é pouco e custa dinheiro, então envoltos numa sociedade capitalista, prefere-se incrementar babás eletrônicas (vídeo games e TV’s por assinatura com seus programas infantis e desenhos animados), em casa ocupam o pouco tempo ocioso das crianças, aquele tempo, entre o contra turno escolar e as aulinhas de inglês, ou de natação, ou de informática, ou de etc... Assim, vivenciamos o distanciamento daquele período que há muito tempo atrás era destinado a seres pequenos no tamanho, mas imensos na imaginação, pessoinhas com um grande propósito de mostrar a seus entes queridos como era gostoso: se esconder atrás de árvores contando até dez, pular corda num pé só, se pendurar em galhos, tentando alcançar aquela fruta madura que só ela, para satisfazer o desejo de provar de algo tão suculento ou simplesmente apreciar sua beleza fazendo pirraça da cara de outros colegas, é claro que esses eventos só podiam ser realizados num palco maravilhoso como nossos quintais, e esses quintais, que estão em nossas memórias, foram daqueles lugares que nossos pais, tios ou nossos primos mais velhos, nos apresentaram e, hoje o que resta, resta um pai ocupado, uma mãe atarefada, sem ao menos um pátio 3X3 m., quanto mais um espaço daqueles de 10 m. de frente por 30 m. de fundo, com vista para o mundo da imaginação, então como nos dias de hoje falar disso para um aluno, só se reportando a textos nostálgicos que talvez nem nossas escolas possam reproduzi-los com a mínima aproximação do tempo que a infância era oportunizada a todas as crianças.
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