Glauco
Rogério Gonçalves Dias
Verifica-se que o
sistema endócrino ajuda a integrar e controlar as funções corporais e, dessa
forma, proporciona estabilidade ao meio ambiente interno do corpo. Os hormônios
afetam quase todos os aspectos da função humana. Regulam o crescimento, o
desenvolvimento e a reprodução e aprimoram a capacidade do corpo em lidar com o
estresse físico e psicológico. Por exemplo, a insulina facilita o transporte de
glicose para dentro da célula, combinando-se com a glicose extracelular e um
carreador da glicose dentro da membrana plasmática. Desta forma, o exercício torna-se
importante por facilitar a captação de glicose e diminuir os níveis de
insulina, sendo positivo para o indivíduo portador de diabetes. Os níveis
plasmáticos adrenalina e noradrenalina aumentam de maneira diferenciada durante
o exercício, com a concentração de noradrenalina aumentando acentuadamente em
taxas de trabalho superiores a 50% do VO2 máx., enquanto a
concentração de adrenalina só irá aumentar significativamente quando a
intensidade do exercício ultrapassar 75% VO2 máx. A atuação em
conjunto destes dois hormônios promove, entre outros efeitos, o aumento da taxa
metabólica, da liberação de glicose e de ácidos graxos livres no sangue, sendo
que o aumento no gasto energético é positivo no combate à obesidade. Um período
agudo de atividade física estimula a liberação do GH e, ao ser aumentada a
intensidade do exercício, observa-se uma elevação brusca na produção de GH. O hormônio
do crescimento GH, além de ser um potente agente anabólico, estimula
diretamente a lipólise. Suas concentrações encontram-se elevadas durante o
exercício, sendo que, quanto mais intenso for o exercício, maior a quantidade
liberada deste hormônio. Como o GH pode promover a lipólise,
realizar exercícios regularmente que aumentam sua taxa de secreção pode
contribuir para diminuição da obesidade, que é um dos componentes da síndrome
metabólica. Comprovando isso, Wee et al 11 demonstraram que o hormônio
do crescimento aumentou a lipólise no período de recuperação em homens
moderadamente treinados, jovens e idosos, após exercício a 70% do VO2máx.
Esta seria uma resposta benéfica para o crescimento do músculo, do osso e do
tecido conjuntivo, assim como para aprimorar a mistura metabólica durante o
exercício. Já a prolactina, que tem um efeito de mobilizar os ácidos graxos,
também aumenta com o exercício, por causa da sua importante função sexual nas
mulheres, sua liberação é induzida pelo exercício atua nos ovários e contribui
para alterações no ciclo menstrual. As endorfinas, que bloqueiam a dor que
promovem a euforia, podem afetar a alimentação e o ciclo menstrual da mulher.
Elas aumentam com o exercício de longa duração. Os hormônios ovarianos, o
estrogênio e a progesterona, controlam o ciclo menstrual e aumentam a deposição
de gordura. Aumentam com o exercício, mas depende da fase menstrual. As
“famosas” endorfinas aumentam em geral como resposta ao exercício, são um tipo
de opióide liberado durante o exercício. Elas estão relacionadas à maior
tolerância à dor, ao controle do apetite, à redução da ansiedade, da raiva e da
tensão. No exercício aeróbico, a intensidade é o principal fator que estimula
as elevações dos níveis plasmáticos de beta-endorfina. Já no exercício de
resistência, sua liberação varia com o protocolo, sendo que maior duração e
maiores intervalos de repouso entre as séries promovem melhores resultados.
Constata-se que há efeitos positivos para a síndrome metabólica com a liberação
de endorfinas pelo exercício. A elevação de beta-endorfina durante o exercício
aumenta em até 5 vezes em relação ao nível de repouso, com valores ainda mais
altos ocorrendo no cérebro. Para o exercício aeróbico, a intensidade do
exercício é um fator primário capaz de estimular as elevações dos níveis
plasmáticos de beta-endorfina, com o exercício de resistência, O efeito mais
notável destes hormônios é o seu papel desencadeante da denominada “alegrai do
exercício” – um estado descrito por alguns como euforia e jovialidade à medida
que progride a duração do exercício aeróbico de moderado a intenso. Algum
efeito dos hormônios sobre o nosso organismo tem haver como o exercício deve
ser sempre orientado para que ele não seja um causador de estresse e sim um
fator modulador de qualquer oscilação hormonal.
Fonte: Fisiologia do Exercício – McArdle
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